"Na verdade, que mais aprendi com os mestres que escutei, com os filósofos que li, com as sociedades que visitei e com essa própria ciência da qual o Ocidente se orgulha, senão fragmentos de lições que, unidos uns aos outros, reconstituem a meditação do Sábio ao pé da árvore? Todo esforço para compreender destrói o objeto a que estávamos ligados, em benefício de um esforço que o suprime em benefício de um terceiro, e assim por diante, até chegarmos à única presença durável, que é esta em que desaparece a distinção entre o sentido e a ausência de sentido: a mesma de onde partíramos. Já se vão 2500 anos que os homens descobriram e formularam essas verdades. Desde então, nada descobrimos, a não ser - experimentando, após outros, todas as portas de saída - outras tantas demonstrações suplementares da conclusão de que gostaríamos de escapar."
Claude Lévi-Strauss - Tristes Trópicos (pg. 389, Cia. das Letras, 1996)
Claude Lévi-Strauss - Tristes Trópicos (pg. 389, Cia. das Letras, 1996)
1 comentários:
Este é um desses trechos que a gente devia escrever num pedaço de papel e prender na porta da geladeira com imãs, pra gente se deparar com ele todo dia de manhã quando preparamos o café - aquele momento entre o sentido e a ausência de sentido, quando o pensamento anda meio suspenso (e o mal humor meio pesado.. hahahaah)
Postar um comentário